Ele também foi considerado uma das pessoas mais influentes no mundo dos negócios durante os anos 90.
Como ele mesmo dizia em seus livros: "Vou aproveitar a onda e ficar indecentemente rico". Acabou ficando rico mesmo e seus personagens ainda são citados como "exemplos" de funcionários e empresas.
Se quiser dar uma olhada na piada empresarial do dia é só visitar sua página oficial.
Mais interessante que tudo isso, entretanto foi o que achei vasculhando a esmo na minha edição de "O Futuro Dilbert", página 132 e 133:
"O atual processo para preencher cargos tem sido uma coisa maravilhosa para pessoas desqualificadas. Eu fui um grande beneficiário do sistema no meu passado corporativo. Eu podia sempre contar com a transferência para um outro cargo na empresa, assistido pelo fato de que o gerente de contratacões não tinha um bom sistema para descobrir um candidato melhor. A falta de alternativas do meu empregador foi a minha vantagem.Mas o que acontece quando todas as ofertas de cargos e todos os currículos se encontram na Internet? Certamente isso vai acontecer. Você vai se descobrir de repente competindo com milhares de candidatos a um emprego que exige de baixa a média habilidade. Não vai mais poder confiar na ineficiência do processo de procura de emprego.As empresas serão capazes de encontrar um cadidato que não só se encaixe num cargo perfeitamente sem precisar de nenhum treinamento, como também aceite um salário menor do que o normal para aquela posição. Por exemplo, alguém num lugar esquecido como Dakota do Norte pode querer se mudar para a Califórnia e estar disposto a aceitar um baixo salário para fazer isso. De fato, pode estar até disposto a mudar sem exigir que lhe paguem os custos da mudança. De fato, pode estar disposto a colocar nas costas suas tralhas e caminhar até a Califórnia. (.......)Pela primeira vez na história, as empresas terão uma abundância de bons candidatos para todas as ofertas de emprego de nível médio. Isso significa que os salários para esses empregos cairão, a não ser que o governo interfira. Se o governo perceber o que está acontecendo com os salários, vai interferir e fazer o que sempre fazem os governos pelos impotentes — elevarão os impostos. Portanto, será ruim para todos."
O livro foi lançado antes de 2000, (me corrijam por favor), e a internet não tinha nem 1% da popularidade que tem hoje, na época ninguém sabia nem o que era o Google (curioso, não?).O que quero mostrar é a exatidão com que Adams fala sobre como as coisas funcionariam nos dias de hoje. E nem preciso dizer o quanto ele está certo. E errado também.
Adams está correto no quesito de que os sistemas hoje permitem você avaliar candidatos até de outros países em questão de poucas horas (LinkedIn que o diga). Mas há uma variável inesperada, sempre ela.
Os Candidatos NÃO querem trabalhar por qualquer coisa, em qualquer coisa. Esta coisa de nossos avós e pais que "qualquer trabalho está valendo" não se ajusta mais na cabeça dos garotos. Eles querem trabalhar pouco, por prazer e ganhar muito por isso.
Acontece que só 5% das pessoas tem talento suficiente para se enquadrar nesta categoria e, ao contrário do que se esperava, as empresas não se automatizaram tanto, nem diminuíram drasticamente seu quadro de funcionários.
Qualquer gerente de RH hoje sabe como está difícil contratar alguém atualmente, e isto acontece por dois motivos principais:
1 - as empresas pagam pouco pelo trabalho que lhe mandam fazer, exigindo em troca uma formação e experiência exagerada.
2 - as pessoas, especialmente as mais jovens, não estão se preocupando tanto com o trabalho ( até parece que é novidade), e não vêem nenhum problema em ficar um tempo sem trabalhar. Muitos querem fazer algum bico e "levar a vida". daí não é muito fácil contratar alguém assim.
Por isso eu digo ás minhas filhas que elas devem procurar algo para fazer por conta própria, para não precisar nem ser contratadas, nem contratar ninguém.
Nenhum comentário:
Postar um comentário